Cerca de 50 bombeiros atuaram na ocorrência, incluindo especialistas do Grupo de Operações Especiais (GOESP) e do Grupamento de Operações com Cães (GBRESC), com apoio de drones com câmera térmica, que ajudam a identificar a localização de possíveis vítimas sob as estruturas.
O trecho ficou interditado para o trabalho. Equipes da Defesa Civil e da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) Rio também operaram na região.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o Hospital Municipal Miguel Couto recebeu, até o momento, cinco vítimas do desabamento. Três já receberam alta e a quarta passou por uma tomografia para avaliar os ferimentos. O quinto ferido é o jovem Jhonatan de Oliveira, de 21 anos, que ficou soterrado.
"As quatro vítimas do Miguel Couto estão muito traumatizadas com o ocorrido, mas felizmente não tiveram nenhuma fratura. Três delas já receberam alta. Uma das vítimas é mais idosa, está fazendo tomografia, vai ficar em observação, mas deve receber alta ainda hoje. A quinta vítima é um soterramento até a altura da cintura. O Miguel Couto é um hospital em referência em casos de trauma", disse o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, que destacou que a maior parte dos feridos sofreram apenas pequenas escoriações.
Equipes da Atenção Primária à Saúde também estiveram presentes na área do ocorrido, dando suporte e oferecendo assistência às famílias e moradores da região.
Alerta de desabamento
A cuidadora Andreza Souza, mãe do jovem soterrado, revelou que já tinha alertado o filho sobre o risco de desabamento da estrutura. Segundo ela, Jhonatan foi atingido por uma parede em episódio anterior.
"Quando recebi a notícia, eu perdi o chão, mas graças a Deus, ele está bem, falando e interagindo. É pedir para o Papai do Céu não ser nada grave. Ele veio para cá aos 17 anos. A mulher dele disse para mim que o casarão ia cair. Eu falei 'Filho, tem que sair de lá'. Já tinha caído uma parte, uma parede nas costas dele", contou.
Depois da avaliação técnica preliminar da Defesa Civil Municipal, o Centro de Operações e Resiliência (COR) disse que a estrutura trata-se de imóvel residencial antigo, composto por dois pavimentos e um subsolo. Foi constatado que houve um desabamento parcial de dois pavimentos na parte dos fundos da edificação. Com o fim do socorro de todas as vítimas, equipes da Defesa Civil farão uma nova vistoria.
Suporte às famílias
O prefeito Eduardo Paes (PSD) destacou que as famílias atingidas pelo desabamento receberão o auxílio de aluguel social. Segundo Paes, equipes da Assistência Social e da Defesa Civil trabalham para atender todas as necessidades das vítimas.
"Vamos dar todo apoio às famílias com tudo que for necessário. Eram muitas famílias que estavam morando. Parece que era um problema estrutural do prédio, uma construção irregular por trás de um sobrado antigo, que colapsou. A Defesa Civil irá identificar se há risco e recuperar a área. Parece que tem casas atrás que não foram danificadas", comentou.
Paes ainda ressaltou a dificuldade de encontrar proprietários de prédios antigos como o atingido. "Muitas vezes o proprietário nem é identificado. Perguntei a uma família se pagavam aluguel para alguém e não. Provavelmente, o imóvel estava abandonado, sendo ocupado há muito tempo. Um senhor contou que a filha de 18 anos nasceu aqui. É uma situação que não é simples, mas as pessoas tem que estar atentas pelo risco que elas correm", completou.