O escudo protetor construído ao redor do local em que aconteceu o desastre nuclear de Chernobyl em 1986, na Ucrânia, não consegue mais segurar a radiação depois que um
ataque aéreo russo fez um buraco na estrutura, em fevereiro, segundo aponta novo relatório da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU (AIEA), publicado na última sexta-feira (5).
Equipes da agência percorrem a Ucrânia, em visitas que tiveram início na última segunda-feira (1º) e acontecerão até a próxima sexta (12), para avaliar o estado das subestações elétricas essenciais para a segurança nuclear.
Segundo a AIEA, uma avaliação feita no Novo Confinamento Seguro (NSC, na sigla em inglês) no complexo de Chernobyl, indicou que a estrutura de aço foi severamente danificada pelo ataque de drone. Durante a missão, foi confirmado que o NSC perdeu as funções primárias de segurança, incluindo a capacidade de confinamento, mas também constatou que não houve danos permanentes às suas estruturas de suporte de carga ou sistemas de monitoramento.
"Foram realizados reparos temporários limitados no telhado, mas a restauração completa e em tempo hábil continua sendo essencial para evitar maiores danos e garantir a segurança nuclear a longo prazo", afirmou o diretor-Geral Rafael Mariano Grossi.
Por causa dos danos, AIEA recomenda que sejam feitas reformas para a restauração e proteção da estrutura, incluindo medidas de controle de umidade e um programa atualizado de monitoramento da corrosão, bem como uma modernização do sistema integrado de monitoramento automático da estrutura de proteção construída sobre o reator imediatamente após o acidente.
"A AIEA – que mantém uma equipe permanente no local – continuará fazendo todo o possível para apoiar os esforços para restabelecer completamente a segurança nuclear no complexo de Chernobyl", disse Grossi.
